Contextualizando
O mercado começa a pressionar as empresas a acelerar nas tomadas de decisões quanto à sustentabilidade de forma consistente, confiável e continuada. Principalmente para lidar com fator social e ambiental, uma vez que os acontecimentos globais impactam toda sociedade e mais fortemente a população de baixa renda. De tempos inseguros que passamos da pandemia até agora, todas as consequências agravadas pela guerra Rússia/Ucrânia – aumento dos combustíveis, energia e de commodities, principalmente de grãos – elevam o custo de vida, a pobreza e a insegurança alimentar da população global, e o Brasil se destaca na injustiça climática. É uma previsão de especialistas do mercado financeiro, mas com base em dados climáticos. Não há milagre e sim as soluções para uma economia equilibrada e a volta do desenvolvimento depende de ações imediatas e amplamente abrangentes das empresas.
O que dizem os especialistas
Estamos entrando em uma nova fase de investimentos ESG marcada pela necessidade de uma resposta mais ampla e rápida por parte de empresas e gestoras de recursos, o que aumenta o impulso para os investidores saírem do plano da ideia, e partirem para a ação. (XP Research, 2022)
(XP Research, 2022)
Esta é a opinião de consultores da XP publicada recentemente. A análise que o texto traz, descreve implicações da guerra na temática ESG ( Environmental, Social e Governance), da sigla em português ASG (Ambiental, Social e Governança) – “forma de qualificar uma empresa por outros parâmetros que não seja o seu desempenho financeiro, por exemplo, políticas sobre o meio ambiente e qualidade de vida dos seus funcionários” – a melhor definição, na nossa opinião, para uma estratégia de sustentabilidade, capaz de convencer os maiores céticos no mundo corporativo, “mostrando como o movimento de capital pode ser eficaz na criação de mudanças, com os critérios ESG oferecendo uma nova maneira de encarar esses desafios de investimento e impulsionar mudanças positivas.”
Considerando o longo período difícil que o planeta já estava passando com a pandemia da COVID-19, fazer a correlação das “apostas” dos especialistas da XP e a visão do especialista em sustentabilidade e escritor, Ricardo Voltolini quando escreve que a ideia era boa, mas fora de tempo, se referindo ao seu pioneirismo como consultor de sustentabilidade e a baixa disposição de investidores e gestores tempos atrás, relatado no seu livro “Vamos falar de ESG?” coletânea de artigos, escrito no período pandêmico, nos faz acreditar que o tempo para colocar as ideias em prática, chegou.
Neste período de tantas incertezas, uma única certeza me estimulou a ser especialmente mais produtivo: a de que a rápida ascensão global do ESG como nova lógica de negócios e, por tabela, a súbita valorização dos temas ambientais, sociais e de governança na estratégia das empresas representam a melhor oportunidade em duas décadas de atrair mais pessoas para a jornada.
(Ricardo Voltolini, 2022)
Sustentabilidade é o caminho
Os conceitos que outrora, somente entretinham nos discursos ambientalistas, como analisa o escritor brasileiro nos seus artigos, serão a base para uma política corporativa de responsabilidade socioambiental sólida, junto com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Agenda 2030, e promoveram um comportamento dos investidores inédito. “Ser sustentável passou a ser o novo normal competitivo. ESG virou sinônimo de investimento bom, inteligente e responsável, “a quem diga que ASG é sustentabilidade na perspectiva empresarial.
Para fortalecer ainda mais o movimento pró sustentabilidade, o Relatório do IPCC 2022, de Mudanças Climáticas da ONU, lançado em fevereiro alerta para um aquecimento de 1,5ºC da temperatura da terra em duas décadas, a depender da efetivação das mudanças , em que as populações mais vulneráveis já sofrerão em alto grau como bem resume o comentário do Observatório do Clima sobre o relatório:
Os impactos da mudança climática causada por seres humanos já provocaram perdas e danos para pessoas e ecossistemas. Metade da população mundial já vive sob risco climático, e os impactos são mais graves entre populações urbanas marginalizadas, como os moradores de favelas. Nas regiões mais vulneráveis, o número de mortes por secas, enchentes e tempestades foi 15 vezes maior na última década do que nas regiões menos vulneráveis.
As gerações pró-negócios sustentáveis
Segundo Ricardo Voltolini, a emergência é real e pede socorro para as próximas gerações, que acolhem isso com clareza e firmeza sobre o que querem fazer. O escritor diz que a geração “Z é – ainda mais ativista e preocupada com sustentabilidade, o que significa, no mínimo, mais três décadas de pressão pró-negócios mais sustentáveis”, as gerações vindouras vão dar continuidade ao posicionamento da geração Milleniun, que estão no auge da sua vida produtiva e ocupam cargos elevados no meio executivo principalmente no quesito inovação.
Os dois eventos citados nos primeiros parágrafos, COVID-19 e guerra, foram pontos importantes para virada de chave de gestores e CEOs no mundo inteiro quando grandes marcas se posicionaram dando valor aos propósitos à frente dos lucros. Desse modo, expressam abertamente ao mercado, a opinião de que a perenidade e prosperidade das empresas e marcas vai depender do compromisso social e ambiental e do cuidado e respeito com as pessoas. Uma fala como esta que gerou uma onda de “conversão” a sustentabilidade e colocou este conceito como pilar central nas mesas de negócios, foi a frase de Larry Fink, CEO e presidente do conselho BlackRock (maior gestora de recursos do planeta): “ou a empresa insere ESG em sua estratégia, eliminando práticas que contribuem, por exemplo, para as mudanças climáticas, ou colocará em sério risco a sua perenidade.”
Lixo Zero como estratégia de sustentabilidade
Se o seu negócio precisa se posicionar e entrar em ação, mas não sabe por onde começar, ou talvez pense que sejam altos os gastos para promover transformação na sua empresa que geram impacto positivo. Que tal dar o start entendendo que a adesão às boas práticas nos processos passou a ser investimento e forma de garantir maior estabilidade e menor risco. Que um dos fatores da mudança de chave na cultura da sua empresa pode vir através do lixo. Sim, ter parâmetros ASG não significa que tenha certificação ASG, não há uma certificação específica, mas algumas certificações atestam o compromisso da sua empresa de estar contribuindo para metas globais com adesão da melhoria contínua que uma gestão estratégica de resíduos à luz do conceito Lixo Zero consegue como resultado.
A Impacta Consultoria de Sustentabilidade pode ajudar o seu negócio acompanhar o mercado com mudanças importantes na cultura da organização com simples olhar para seu consumo e descarte através do seu “lixo”, trazer mais credibilidade e boa reputação, e ainda contribuir para o planeta.
Não existe mais diferença entre nossas estratégias de negócio e nossas estratégias de sustentabilidade, pois elas estão definitivamente integradas.
(Alan Joper, CEO da Unilever)
(Texto relacionado com ODS 1, 2, 7, 8, 10, 11, 12, 13)